Encontro tentou superar a desconfiança, dizem jornais

WASHINGTON – Dois dos principais jornais americanos usaram a mesma expressão para caracterizar aquilo que o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush buscou superar: a desconfiança.

 

 “Presidente eleito do Brasil tenta tranqüilizar desconfiados EUA”, foi o título do The Wall Street Journal de ontem para a reportagem sobre a visita. “Bush e líder do Brasil conversam e deixam desconfiança para trás”, noticiou The Washington Post.

De acordo com o WSJ, “Lula tentou assegurar o presidente Bush de que os EUA não têm nada a temer com a instalação de um governo de inclinação esquerdista na nação mais poderosa da América do Sul”. Segundo o jornal, “o antes radical líder sindical enfatizou que vê o combate da inflação, o controle do gasto público e o cumprimento dos contratos – código para o pagamento da dívida pública líquida do Brasil de US$ 237,7 bilhões – como componentes centrais de seu plano para livrar o País de suas dificuldades econômicas”.

Já o Washington Post encara a desconfiança como sendo “mútua” e disse que Lula e Bush “lançaram o alicerce inicial para relações melhores entre os dois países mais populosos do hemisfério”. Segundo fontes americanas citadas pelo jornal, Lula agradeceu a Bush por não ter intervindo a favor de um “favorito” na eleição presidencial brasileira, lembrando que os EUA já fizeram isso no passado.

The New York Times afirma que Lula, ao lado do presidente venezuelano Hugo Chávez, opõe-se à formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), e explica: “Como parte de qualquer acordo hemisférico, o sr. Da Silva quer que os EUA reduzam as barreiras comerciais aos produtos agrícolas latino-americanos, enquanto a administração Bush está resistindo a isso.”


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