Jáder quer levar legenda para o centro do poder

Em vez da resistência pregada por Paes, meta agora é influenciar governo e chegar ao Planalto em 2002

 

BRASÍLIA — Em que consiste o novo PMDB? A corrente vencedora sustenta que, embora a luta do partido contra a ditadura tenha sido importante, ele tem de libertar-se dos fantasmas de Teotônio Vilela, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. Isso é passado. O partido tem de olhar para o próximo século. É nessa ótica que o PMDB abandona a inércia em que o papel de resistência ao governo o mergulhou.

Em vez disso, procura influenciar esse mesmo governo, assumindo posição ativa em busca da expansão. É um giro de 180 graus. Agora, o partido pretende transferir-se para o centro das decisões e com isso criar as condições para disputar o poder, sozinho, em 2002.

Entretanto, há quem não veja futuro na recém-conquistada unidade do PMDB. “Depois do massacre de Paes de Andrade, quantos deputados do Ceará se manterão fiéis a Fernando Henrique?”, pergunta o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral Vieira. “E do Paraná? E de São Paulo?”

Além disso, a adesão do PMDB ao governo federal pode depender do atendimento das reivindicações de governadores e prefeitos, que o partido continuará tendo em maior número no País. A necessidade de ajuste fiscal permitirá o cumprimento de compromissos?

Se assumir o poder em 2002 é a grande meta do PMDB, todo o resto pode oscilar dramaticamente. “Jáder Barbalho sempre olha o rumo para onde o vento está soprando”, observa um analista. Assim, “dependendo da extensão e profundidade da crise econômica, em dois anos, ele pode estar como líder da oposição”. Visando às eleições de 2002.


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