Lula não explica incongruência sobre FMI

Segundo secretário de imprensa, ‘continua valendo o que o presidente disse’

MAPUTO, Moçambique – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis comentar a aparente incongruência entre as declarações que deu na quarta-feira sobre o acordo com o Fundo Monetário Internacional e o que de fato aconteceu. Em entrevista coletiva em Maputo, Lula garantiu que o acordo com o FMI só seria fechado em dezembro e considerou “impossível” que algo assim ocorresse enquanto ele estivesse fora do Brasil. Mais tarde, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e a gerente-adjunta do Fundo, Anne Krueger, anunciavam em Brasília os termos do acordo.

“Continua valendo o que o presidente disse ontem (quarta-feira)”, reiterou o seu secretário de imprensa, Ricardo Kotscho. “Não há nenhuma novidade. O acordo não foi fechado. O presidente não fará nenhum comentário sobre isso.”

Lula respondeu a duas perguntas sobre o acordo com o FMI, na entrevista de quarta-feira. Segue a transcrição da primeira resposta:

“Não tem acordo. A equipe técnica do Ministério da Fazenda apresentou ao ministro para conversar com a representante do FMI pontos de interesse do Brasil. Isso vai ser discutido com a representante do FMI e se tiver acordo isso se dará apenas em dezembro. Portanto, o que estamos discutindo são pontos técnicos, que a equipe técnica apresentou ao ministro da Fazenda. Até porque não poderia ter nenhum acordo. Preciso chegar ao Brasil, preciso ver como é que são as propostas técnicas. Eu conversei (com o ministro Palocci) exatamente porque o Ricardo Kotscho me alertou que vocês tinham informação de que tinha acordo. E não é possível ter um acordo com o presidente da República estando em Moçambique. Liguei para o Palocci e o Palocci me explicou apenas que o que está acontecendo é isso. A equipe técnica dele preparou pontos de conversações com a representante do FMI, e essas conversações começam hoje (quarta-feira). O Palocci vai conversar com muita gente no Brasil e depois é que vai, em dezembro, se houver opção de fazer o acordo, é que vamos fazer o acordo. É só isso.”

Na segunda resposta, o presidente disse que não fecharia um acordo que atrapalhasse o crescimento da economia e criticou os ajustes fiscais promovidos pelo FMI em vários países.

 

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