Mototaxistas denunciam: polícia cobra propina por acesso ao morro

Valor seria de R$ 3 diários de cada um dos 20 profissionais que estão trabalhando na favela

 

 

RIO – Para cada morador da Favela da Rocinha, a disputa pelos pontos de tráfico do morro e a repressão policial que se seguiu têm tido um preço. Para os mototaxistas que sobem e descem com os moradores, esse preço é de R$ 3 por dia. Segundo contaram ao Estado dois deles que pediram para não ter seus nomes revelados, alguns policiais estariam cobrando uma propina nesse valor de cada um dos 20 motociclistas que estão trabalhando no morro. Alguns policiais teriam dito expressamente que esperam arrecadar R$ 60 por dia.

Tudo começou, segundo esses mototaxistas, na sexta-feira, quando a polícia subiu o morro para conter os choques entre os grupos rivais de traficantes. Os policiais ocuparam o ponto de mototáxis mantido há cinco anos na entrada da favela. “Vocês não queriam guerra? É guerra!”, teriam dito alguns policiais. A partir daí, teriam começado a cobrar a propina e até a arrancar o dinheiro da mão do passageiro, quando vai pagar a corrida, que custa de R$ 1 a R$ 2.

Os mototaxistas disseram ter denunciado as extorsões ao coronel Jorge Braga, comandante do 23.° Batalhão da Polícia Militar. Mas, segundo eles, nada foi feito. Em dias normais, 80 mototaxistas fazem ponto na Rocinha, transportando moradores – e até turistas que vêm conhecer a famosa favela – pelas ruas íngremes e passagens estreitas do morro.

Atualmente, apenas 20 estão operando. “Em cinco anos, nunca tivemos problemas com os traficantes”, conta um deles. “Agora, estamos tendo problema com a polícia.” 


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