Vereador de Ribeirão leva a tucanos em Brasília dossiê contra ministro

Material inclui cinco contratos firmados com a Leão Leão, que Palocci diz não ter contratado em sua gestão

 

RIBEIRÃO PRETO – O vereador Nicanor Lopes (PSDB), líder do governo na Câmara de Ribeirão Preto, levou a Brasília um dossiê sobre a segunda gestão de Antonio Palocci na prefeitura da cidade (2001-2002), para municiar os tucanos nas CPIs. Nicanor esteve em São Paulo na terça-feira com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o vereador José Aníbal e outros cardeais do PSDB, e mostrou o dossiê. Ele planejava voltar para Ribeirão. Foi escalado para seguir para Brasília, onde acompanha hoje o depoimento de Rogério Buratti na CPI dos Bingos.

O dossiê inclui cópias de cinco contratos firmados pelo Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) com a empresa Leão Leão, em 2001 e 2002. Na entrevista coletiva de domingo, Palocci alegou que a licitação da Leão Leão fora feita por seu antecessor, Luiz Roberto Jábali, do PSDB, omitindo os contratos firmados em sua gestão. Buratti acusa Palocci de ter cobrado R$ 50 mil de propina mensal da Leão Leão.

O dossiê inclui também o gasto de R$ 4,681 milhões de Palocci com o projeto Vale dos Rios, que previa uma ponte pênsil inspirada na Golden Gate de San Francisco e a revitalização da área em torno da rodoviária de Ribeirão Preto. O dinheiro foi gasto em desapropriação, em publicidade e no projeto de dois arquitetos, entre eles Roberto da Costa Pinho, ex-assessor do Ministério da Cultura, demitido pelo ministro Gilberto Gil, em meio a denúncias de favorecimento em contratos, e que figura como um dos sacadores das contas de Marcos Valério. O projeto não saiu do papel.

Outros R$ 5 milhões foram gastos na montagem de uma fábrica de “equipamentos sociais” que supostamente forneceria material para a construção de 100 bases de apoio comunitária (Bacs). Apenas quatro Bacs foram construídas, antes da desativação da fábrica. Esse projeto também esteve a cargo de Costa Pinho.

Outro caso lembrado no dossiê é a licitação que exigia, para a merenda escolar, um “molho de tomate refogado peneirado com ervilhas”, e com um “laudo bromatológico”. O produto, com suas especificações, só era fabricado por uma empresa e distribuído por quatro firmas do ABC. A licitação foi suspensa. 


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