Golpista recebe salvo-conduto do presidente venezuelano

BOGOTÁ — O presidente venezuelano, Hugo Chávez, concedeu ontem salvo-conduto para que o empresário Pedro Carmona deixasse a residência do embaixador da Colômbia em Caracas, Germán Bula, rumo ao aeroporto.

 A medida se seguiu à decisão do governo colombiano de atender ao pedido de asilo político de Carmona, nomeado em abril presidente interino, por 28 horas, depois do golpe de Estado que destituiu Chávez temporariamente.

O chanceler colombiano, Guillermo Fernández de Soto, explicou de forma técnica a delicada decisão: Carmona é acusado de “rebelião”, crime considerado “político” pela Constituição venezuelana. De acordo com a Convenção de Caracas, de 1954, da qual a Venezuela é signatária, acusados de crimes políticos têm direito ao asilo.

 

O chanceler venezuelano, Luis Alfonso Davila, protestou: “Não acredito que ele esteja sendo perseguido politicamente, nem que sua segurança corra risco.” Chávez não dissimulou seu dissabor, mas disse que estava “obrigado” a obedecer a decisão da Colômbia e conceder o salvo-conduto, uma vez que a residência do embaixador é território colombiano. Carmona se refugiou na residência do embaixador na quinta-feira, depois que uma corte de apelações revogou seu benefício de prisão domiciliar.

Deixe o seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*