Guerrilheira tinha agenda do MST

Farc consideraram eleição de Lula como ‘apoio a sua causa revolucionária’

 

CARTAGENA – Em setembro, uma guerrilheira de nome Sandra levou a Fernando Araujo uma agenda de 2002 do Movimento dos Sem-Terra, pedindo que ele traduzisse os textos em português. Eram poemas libertários, artigos sobre o MST, informações sobre o Brasil e frases de Che Guevara e Fidel Castro. Não tinha anotações.

Araujo não sabe português, mas, amparado no espanhol, no francês e no contexto, foi deduzindo o significado, até montar um dicionário para Sandra, em ordem alfabética. Araujo não sabe como a agenda chegou às mãos dela.

Os guerrilheiros consideraram as eleições de Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chávez (Venezuela), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador) “como apoio a sua causa revolucionária”, conta Araujo.

Ele percebeu nos guerrilheiros “simpatia por Lula, como alguém de esquerda, do povo, com seu passado de líder sindical, de homem trabalhador”. Mas ressalva: “Não posso dizer que ele seja um guia, como é o caso de Chávez.”

 

Os atentados de 11 de setembro de 2001 foram celebrados pelos guerrilheiros: “Eles se identificam com todas as ações terroristas. Sentem que não estão sós.”

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