Mulher o abandonou durante o cativeiro

Após Mónica deixar de aparecer nas gravações, ele chegou a pensar que ela tivesse morrido

 

CARTAGENA – A família de Fernando Araujo ficou sem notícias dele entre um vídeo de dezembro de 2002 e outro de dezembro de 2005, mas seguiu gravando-lhe mensagens de rádio a cada dois ou três meses.

Em junho de 2003, a mulher de Araujo, Mónica – com quem estava casado havia sete meses quando foi seqüestrado – deixou de aparecer nas gravações. ‘Minha incerteza era muito grande’, recorda. ‘Num dia, eu fazia luto porque pensava que ela tinha morrido e não queriam me contar. Outro dia, um luto diferente, de raiva, porque me havia abandonado. Outro dia pensava que devia haver alguma outra explicação. Então sabia que estava me enganando, mas pensava: ‘Enquanto estou aqui, o que tem eu me enganar, se isso me deixa tranqüilo? Talvez nunca mais saia daqui, e estou me amargando sem necessidade.”

No dia 1º de janeiro de 2006, um guerrilheiro lhe contou que Mónica tinha ido viver com outro homem. ‘Foi o mais doloroso de tudo. Eu estava apaixonado. Pensava que tinha encontrado minha cara-metade’, disse Araujo.

 

O abandono o feriu em sua esperança. Araujo acreditava que voltaria um dia, mesmo que demorasse. Sentiu que Mónica não acreditava em sua volta. Na semana passada, Araujo foi com Mónica a um cartório, assinar a separação. Ela tem um filho com seu novo companheiro. 

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