Lula afirma que o país é um ‘shopping de oportunidades’

Presidente propõe um ‘grande salto para a frente’ nas relações dos dois países

PEQUIM – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou ontem a China de um “shopping de oportunidades”, durante o encerramento de um seminário empresarial em Pequim. “Aos empresários brasileiros, sempre dou o recado de que a China é uma espécie de shopping de oportunidades para fazermos bons negócios, para comprarmos e vendermos e para fazermos parcerias”, disse Lula a uma platéia de cerca de 600 executivos chineses e brasileiros, divididos mais ou menos pela metade.

Falando de improviso, antes de começar a ler seu discurso, Lula disse que em nenhum momento da história do Brasil uma viagem despertou tanta atenção da imprensa e dos empresários brasileiros quanto essa, lembrando que veio a maior delegação empresarial da história. São cerca de 400 representantes de empresas. “Este é um país que encanta a humanidade”, disse Lula, que já estivera na China em 2001, quando era pré-candidato à presidência. “Já no meu discurso de posse, eu disse que a China seria uma prioridade nas relações externas do meu governo.”

Lula propôs um “grande salto para a frente” nas relações entre China e Brasil. A frase é uma referência ao Grande Salto para a Frente – de triste memória para muitos chineses. Promovida pelo líder comunista Mao Tsé-tung, entre 1958 e 1960, a campanha tinha o intuito de injetar mais fervor ideológico e mobilizar as forças do país para industrializá-lo e modernizá-lo, mas resultou em fiasco.

O presidente salientou que Brasil e China não têm contenciosos políticos. “São dois gigantes sem divergências históricas, que estarão livres para pensar apenas no futuro, e vocês significam o futuro da China e do Brasil”, concluiu, dirigindo-se aos empresários dos dois países.

No almoço que se seguiu, no Salão de Banquetes do Beijing International Hotel, foi servido vinho tinto chinês da marca Dragon Seal, mas o presidente não tocou no copo. Mais tarde, no Palácio do Povo, depois da assinatura de dez tratados, acordos e memorandos entre os dois governos, Lula participou de um brinde envolvendo os dois presidentes, ministros brasileiros e chineses e governadores que o acompanham. Mas só tomou um gole de champanhe e depositou a taça na bandeja.

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