‘Temos de nos defender do islamismo invasor’

Alessandra Mussolini, neta do ‘Duce’, diz ao ‘Estado’ pautar-se pela defesa dos direitos das mulheres, dos valores da família e da tradição católica

ROMA – Alessandra Mussolini, 45 anos, a musa da direita italiana, estava sentada na primeira fileira do Auditorium della Tecnica da Confederação das Indústrias. Eleita deputada por seu partido, Ação Social, dentro da lista da aliança de Silvio Berlusconi, ela foi a figura feminina que acompanhou o “Cavaliere” nos palanques dessa campanha. A neta de Benito Mussolini, o “Duce”, que governou a Itália entre 1922 e 1945, concedeu esta entrevista ao Estado, enquanto torcia para que, além dela, o partido elegesse também um senador.

O que representa o sobrenome Mussolini na política hoje?

Entrei de novo no Parlamento. Foi uma ótima vitória da centro-direita. Não está mais no Parlamento a esquerda radical. Creio que ter um sobrenome como o meu certamente suscita (questões) também na Itália. Mas eu me pauto pelos direitos das mulheres e das minorias. Quero continuar a fazê-lo nesse próximo governo.

A senhora vê o seu avô como defensor dos direitos dos trabalhadores?

À época. Estamos em 2008 e os problemas são outros. Há outros trabalhadores: os subempregados. São as mulheres que não têm trabalho. Sobretudo no Sul: 6 milhões de mulheres desempregadas. São essas as novas prioridades.

A direita caminhou um pouco para o centro nessas eleições?

O Povo da Liberdade é uma coalizão de centro-direita porque Berlusconi é uma força de centro. Fizemos a escolha de apresentar a Ação Social sem o nosso símbolo, de aderir a essa lista. Foi uma escolha vitoriosa, porque os partidos que se apresentaram fora da lista de Berlusconi perderam fragorosamente.

Como a senhora se classifica ideologicamente?

Certamente não posso dizer que sou de esquerda. Sou uma mulher de direita. Falamos do combate às drogas, dos valores da família, da nossa religião cristã e católica, que devemos defender contra o islamismo invasor. Nós o respeitamos, mas que também respeitem os nossos valores.

O que pensa sobre os imigrantes?

Nesses dois anos de governo de (Romano) Prodi, foi uma invasão. As fronteiras estavam abertas. Entrava quem queria.

Como a senhora interpreta a vitória de Berlusconi?

Ninguém mais agüentava Prodi: crise do lixo (de Nápoles), desemprego, imigração selvagem… Ele fracassou em todos os temas, até o do trabalho, que era caro demais à esquerda. Aumentou impostos. Cometeu todos os erros.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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