Presidente antecipará eleição, diz premiê polonês

Yanukovitch vem perdendo apoio dentro de seu Partido das Regiões

KIEV – Depois de a União Europeia aprovar sanções contra a Ucrânia e Kiev viver o dia mais sangrento desde o início dos protestos, há três semanas, o presidente Viktor Yanukovitch teria admitido antecipar eleições presidenciais e parlamentares previstas para o ano que vem. Foi o que informou ontem o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em sua conta no Twiter, depois de uma reunião em Kiev entre Yanukovitch e os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, da França e da Polônia.

Yanukovitch tem perdido apoio dentro de seu Partido das Regiões. O prefeito de Kiev, Volodymir Makeyenko, e cerca de dez outros integrantes se retiraram ontem do partido, em protesto contra a violência da polícia.

Depois de se encontrar com o presidente, os ministros foram se reunir com os dirigentes dos três principais partidos de oposição. Em seguida, voltaram a falar com Yanukovitch. O ministro polonês, Radislaw Sikorski, contou, também pelo Twiter, que a segunda reunião ocorreu em um clima de “pânico” e tiveram de mudar de sala, por causa das explosões perto do gabinete do presidente e da espessa fumaça do lado de fora. Os ministros europeus continuam hoje em Kiev, tentando intermediar uma saída.

Há algumas semanas, a oposição exigia a antecipação das eleições. Agora, no entanto, pelo menos para os manifestantes na Praça da Independência, isso não seria o suficiente: eles dizem que só deixarão as ruas depois que o presidente renunciar ao cargo.

A União Europeia decidiu ontem impedir a entrada em seus países de autoridades ucranianas vinculadas à repressão das manifestações, congelar seus depósitos bancários e restringir a exportação, para o país, de equipamento usado pela polícia de choque. Uma proposta de suspender a exportação de armamentos para a Ucrânia não foi aprovada. As medidas ainda precisam ser regulamentadas em lei.

A chanceler alemã, Angela Merkel, ligou ontem para o presidente russo, Vladimir Putin, e depois para o americano, Barack Obama, e os três concordaram em tentar estabelecer uma posição comum a respeito da Ucrânia.  Putin, cujas pressões sobre Yanukovitch para interromper a adesão da Ucrânia à União Europeia desencadearam as manifestações em novembro, falou também sobre o assunto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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