Sistema eleitoral mudou pouco depois da revolução

Foram mantidas até cotas para corporações profissionais

CAIRO –  O sistema eleitoral egípcio sofreu poucas modificações depois da revolução. Foi mantida até a sua maior peculiaridade: cotas que garantem que pelo menos metade dos deputados seja “operário ou agricultor”. Quem fornece o certificado dessas duas categorias aos candidatos é a Justiça Eleitoral.

Além de não eliminar idiossincrasias, a junta militar pretendia introduzir mais uma: que os deputados eleitos pelo voto majoritário, que preenche um terço das 498 cadeiras da Assembleia Popular, não podiam pertencer a partidos políticos. A oposição denunciou que essa regra beneficiaria os antigos membros do Partido Democrático Nacional, do ex-ditador Hosni Mubarak, muitos dos quais concorrem como independentes. Só mediante ameaça de boicote das eleições foi que a junta concordou em eliminar esse artigo.
Além da Assembleia Popular, que corresponde à Câmara dos Deputados, há o Conselho da Shura, equivalente ao Senado, com 270 cadeiras, das quais 90 são nomeadas pelo presidente, ou no caso atual pela junta militar. As restantes 180 são eleitas pelo mesmo critério da Assembleia: dois terços por voto proporcional e um terço, majoritário. Na Assembleia também 10 cadeiras são nomeadas, das quais 7 iam para a minoria cristã na época de Mubarak. As cadeiras majoritárias são eleitas em dois turnos e as eleições são escalonadas entre três grupos de províncias. As da Assembleia vão de amanhã até 10 de janeiro; as do Conselho, de 29 de janeiro a 11 de março.

Publicado no Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

Deixe o seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*