Recusa de pilotos de atacar base define batalha

A recusa dos pilotos da Força Aérea líbia de atacar não só os civis, mas até mesmo alvos militares controlados pelos rebeldes, teve papel decisivo na derrota de ontem das forças leais ao ditador Muamar Kadafi.

AJDABIYA, Líbia – A ofensiva contra Brega foi precedida de pelo menos duas missões destinadas a destruir a Base de Hania, em Ajdabiya, a principal da região, onde estão armazenadas centenas de granadas propelidas por foguetes (RPGs), bombas e munição para peças de artilharia. 

O Estado constatou ontem que a base permanece intacta. Moradores e combatentes relataram que, tanto na segunda-feira quanto ontem, os aviões despejaram suas bombas em áreas desertas perto da base. O piloto de ontem pousou seu avião no deserto, aproximadamente a 40 km de Ajdabiya, e combatentes oposicionistas saíram em caminhonetes para resgatá-lo. O repórter testemunhou os combatentes provenientes de Brega chegando à base, enchendo cinco carros de RPGs e retornando ao povoado situado a 70 km, onde desalojaram os soldados e mercenários leais a Kadafi.

Muitos deles viviam aflições pessoais. Hussein Abdullah, de 20 anos, contou que seu pai estava entre os reféns transformados em escudos humanos na Universidade Al-Nejm al-Sata. Trabalhador de uma mina de alumínio, ele tinha um ferimento no pescoço. Mas não havia tempo para cuidar disso. Abdullah voltou em disparada para Brega, a fim de salvar seu pai. O Estado não o encontrou depois do combate.

Publicado no Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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