Exército rechaça EI em refinaria

Atentados a bomba em áreas xiitas matam 35 pessoas

ERBIL – Atentados a bomba em áreas xiitas, em aparentes represálias contra o massacre de 68 pessoas em uma mesquita sunita na sexta-feira, deixaram ao menos 35 mortos ontem no Iraque. Em um fim de semana particularmente violento, o Exército iraquiano rechaçou uma tentativa do Estado Islâmico (EI) de tomar a refinaria de Beiji, e os peshmergas, guerrilheiros curdos, anunciaram ter recuperado oito vilarejos no município de Mahmur, 40 km ao sul de Erbil, a capital do Curdistão.

Três bombas que tinham como alvo os peshmergas em Kirkuk mataram 18 pessoas. A cidade foi ocupada pelos soldados curdos no dia 12 de junho, para evitar que fosse tomada pelo EI. Antes controlada pelo governo central iraquiano, Kirkuk, uma província petrolífera, era uma antiga reivindicação do Curdistão, cujo governo afirma que a continuará ocupando até que um referendo defina o seu status final.

Uma bomba explodiu também perto do posto de controle dos peshmergas na saída de Erbil para Kirkuk. Quatro pessoas ficaram feridas. Em Bagdá, um carro-bomba matou sete pessoas em uma área comercial do bairro xiita de Shuala, no noroeste da cidade.

Na noite de sábado, combatentes do EI estiveram prestes a tomar a refinaria de Beiji, uma das mais importantes do Iraque, situada 200 km ao norte de Bagdá. Apoiado por aviões americanos, o Exército iraquiano rechaçou os jihadistas. Segundo fontes militares iraquianas, sete suicidas foram mortos antes de os explosivos em seus coletes serem detonados. Outros 30 combatentes do EI também foram mortos. Os militares não divulgaram informações sobre suas baixas.

Um americano e um alemão que estavam sequestrados na Síria foram soltos ontem. O americano, Peter Theo Curtis, jornalista e escritor, no cativeiro desde 2012, era refém da Frente Al-Nusra, filiada à Al-Qaeda. O governo do Catar, que apoia grupos radicais islâmicos, interveio em favor de sua libertação, segundo a rede de TV Al-Jazeera, que tem sede no emirado. O Comitê de Proteção dos Jornalistas estima que haja 20 profissionais desaparecidos na Síria atualmente.

O nome do alemão libertado não divulgado. De acordo com o jornal Welt am Sonntag, o homem viajou para a Síria em junho do ano passado, para “oferecer ajuda humanitária”.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

Deixe o seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*