Palestinos poderão fazer campanha em Jerusalém Oriental

Governo israelense ainda não decidiu se moradores da cidade poderão votar

JERUSALÉM – O governo israelense vai permitir, pela primeira vez, que candidatos palestinos façam campanha em Jerusalém Oriental, para as eleições ao Parlamento palestino, marcadas para o dia 25. Apenas o grupo extremista Hamas, que deverá ter um bom desempenho nas urnas, continua vetado. Também será proibida propaganda contra a existência do Estado de Israel.

O primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, ainda não decidiu se os palestinos poderão votar em Jerusalém Oriental. A decisão é considerada o primeiro teste da liderança de Olmert, vice do primeiro-ministro Ariel Sharon. Nas eleições presidenciais e municipais realizadas no ano passado, os moradores de Jerusalém Oriental tiveram de ir votar na Cisjordânia ou em agências do correio, caracterizando uma espécie de voto à distância.

A questão é sensível. A Autoridade Palestina se recusa a realizar eleições sem a participação dos quase 200 mil palestinos de Jerusalém Oriental. A indefinição do governo israelense motivou dúvidas sobre a realização do pleito na data marcada. Ocupada por Israel desde 1967, Jerusalém Oriental é considerada pelos palestinos a capital de seu futuro Estado.

Já os israelenses, que anexaram a parte árabe de Jerusalém em 1968, afirmam que a cidade é “indivisível”. O impasse foi um dos motivos do fracasso do processo de paz em 2000, que abriu caminho para a eleição de Sharon, no ano seguinte.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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