Aberto em Londres festival dedicado à cultura baiana

Mostra de arte, música, literatura e cinema culmina com show de Doces Bárbaros

LONDRES – O centro cultural Barbican de Londres abriu esta semana uma exposição de fotografias, desenhos, pinturas e esculturas da Bahia. A exposição é parte do Festival da Bahia, promovido pelo Brazilian Contemporary Arts, que divulga a cultura brasileira na Grã-Bretanha. O festival inclui um debate com a participação de Jorge Amado e culmina com um show de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, acompanhados por 50 integrantes da escola de samba carioca Mangueira.

O festival exibe ainda o documentário Bahia de Todos os Santos, da BBC 2, os filmes Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, Os Fuzis, de Ruy Guerra, e Quilombo, de Cacá Diegues. Há também uma feira de utensílios de cerâmica, madeira, palha e jóias de prata, “noites gatronômicas baianas” no Hilton, shows de capoeira e outras manifestações. Não falta sequer um concurso de mister e miss Bahia. Vence quem dançar melhor aos ritmos “afro-brasileiros”. O prêmio: uma viagem para o Brasil.

A exposição Imagens da Bahia, no Barbican, reúne aquarelas de Carybé, esculturas e pinturas de Luiz Figueiredo, fotos de Anna Mariani, Miguel Rio Branco, Mário Cravo Neto e Pierre Verger, fotógrafo francês radicado era Salvador.

Segundo a curadora britânica Amanda Hopkinson, a idéia é mostrar que o Brasil não se reduz às notícias de massacres de meninos de rua e outras particularidades político-sociais; possui também um sincretismo cultural único no mundo. A curadora lembra que, em suas ex-colônias, a Grã-Bretanha não permitiu a fusão da cultura nativa com a da metrópole. Portugal, talvez por incompetência, deixou o sincretismo florescer. É isso que Amanda Hopkinson quer mostrar a seus compatriotas.

Segundo o Brazilian Contempoorary Arts, o festival consumiu ao todo mais de 500 mil dólares, contando com patrocínio do governo baiano e de empresas brasileiras e inglesas. A entidade, reconhecida como de utilidade pública, recebe verbas do governo britânico. Sua diretora, a brasileira Edna Crepaldi, disse ao Estado que, ao mostrar a arte e cultura brasileira, quer transpor a barreira do exótico e do clichê.

Nos últimos sete anos, ela produziu todos os anos shows em Londres com Gilberto Gil. Já organizou também apresentação de Egberto Gismonti, Marisa Monte, Milton Nascimento, Djavan e Chico Buarque. Edna Crepaldi planeja realizar festivais como esse de dois em dois anos, dedicados a Estados do Brasil. Em 1996, será a vez de Minas Gerais.

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