Pat O’Connor filma delicadeza da juventude

O veterano diretor busca o universal na experiência particular em ‘Circle of Friends’ e mostra as emoções de jovens do interior que vêm estudar numa cidade grande, como ele fez nos anos 50 na Irlanda

LONDRES – Três amigas de infância do interior se reencontram na universidade na cidade grande. E juntas experimentam as emoções e decepções do primeiro amor. Poderia ser em qualquer tempo e lugar. A romancista Maeve Binchy e o cineasta Pat O’Connor escolheram a Irlanda da década de 50, onde eles mesmos passaram por isso.

Mas o filme Circle of Friends, como quer a campanha maciça que o está lançando, é para todos aqueles que já foram jovens um dia”. 

No filme delicado porém dramático, 0’Connor buscou o universal em sua experiência particular. Eu quis voltar e reviver essas coisas” , disse ao Caderno 2 o veterano cineasta irlandês, diretor de A Month in the Country (com Kenneth Branagh), Stars and Bars (com Daniel Day-Lewis) e Vidas Que o Destino Marcou (Julie Christie), entre outros. Parece que está dando certo. O filme já alcançou o sétimo lugar em bilheteria nos Estados Unidos, onde acaba de ser lançado. No centro da trama está o romance de Benny e Jack, vividos por Minnie Driver (mais conhecida pelo público de TV da Grã-Bretanha, mas que em breve será vista no novo filme de James Bond, Goldeneye) e por Chris O’Donnell (que contracenou com Al Pacino em Perfume de Mulher, foi o D’Artagnan dos Três Mosqueteiros e trabalhou em Blue Sky – Céu Azul). Na rígida sociedade católica irlandesa dos anos 50, Benny vive o conflito entre o desejo e o pecado, o abominável horário de voltar para casa e o repugnante pretendente patrocinado pelos pais. E é traída.

O’Donnell, de 24 anos, é o único ator americano do filme, e sofreu um bocado para aprender o sotaque irlandês. “Era um duplo esforço ter de desempenhar o papel e lembrar de falar daquele jeitos, afirmou o ator. Um mês antes de começarem as filmagens, chegou a Los Angeles o especialista em dialeto Brendan Gunn para treinar O’Donnell. – Mas alguns copos de Guinness também ajudaram”, disse, referindo-se à tradicional cerveja irlandesa.

Junte-se às dificuldades de O’Donnell o fato de que ele estava trabalhando em dois outros filmes na mesma época fez Robin em Batman Forever, de Joel Schumacher, com Val Kilmer no papel principal e lançamento marcado para o mês que vem na Inglaterra, e contracena com Drew Barrymore no road movia Mad Love, de Antonia Bird, a história de dois jovens que fogem juntos. Este último foi filmado em Seattle na mesma época em que Circle of Friends era feito em Dublin e no interior da Irlanda “Quando eu chegava a Seattle, eu pos dia falar à vontade sem me preocupar com O sotaque.”

O’Donnell, que já tinha tido problemas de sotaque quando viveu o irmão de Mary Stuart-Masterson, em Tomates Verdes Fritos, diz que foi muito ajudado pela dedicação de Pat O’Connor à direto de ator. “Para mim a tecnologia da filmagem é menos importante que as caracterizações reais na tela”, afirma O’Connor.

Entre os momentos brilhantes em o misto de felicidade e frieza de Benny quando Jack tenta obter seu perdão, o tédio do rico Simon (Colin Firth, de Valmont, uma História de Seduções), na cama diante da bela e fácil Nan (a modelo Saffron Burrows, de Em Nome do Pai), e a alegria secreta e perversa de Sean (Alan Cumming, de Praga), o pretendente de Benny, ao ver o patrão estatelado no chão. Cumming está impecável no papel de Sean, um personagem odioso e absolutamente plausível.

 

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