Para México, surto de gripe suína alcançou pico e agora deve recuar

Número de contágios aumenta, não por novos casos, mas pelo avanço das análises laboratoriais

CIDADE DO MÉXICO  – O ministro da Saúde do México, José Ángel Córdova, anunciou que a epidemia de gripe suína entrou em declínio no país. O número de contágios confirmados aumentou de 454 para 487 de sábado para ontem, mas isso se deve não necessariamente ao surgimento de casos novos, mas ao avanço lento das análises laboratoriais, parte delas feita nos Estados Unidos e no Canadá. E o número de mortes comprovadas pela doença continuou estável em 19.

“A evolução da epidemia encontra-se agora em queda”, disse Córdova, em entrevista coletiva, ontemde manhã. “O pico nacional ocorreu entre os dias 23 e 28.” Córdova contestou declarações da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicadas ontem na imprensa mexicana, segundo as quais o governo mexicano ignorou alertas da entidade sobre um surto epidemiológico. O ministro afirmou ter comunicado imediatamente os primeiros casos, surgidos no povoado de Perote, no Estado de Vera Cruz, à Organização Pan-Americana de Saúde.

O diretor para Alerta e Resposta Global da OMS, Michael Ryan, disse no sábado em Genebra que a organização advertiu o governo mexicano para o surgimento de “casos inusitados de pneumonia” no dia 11 de abril. Segundo ele, o governo respondeu que o caso havia sido encerrado porque ninguém tinha morrido e os pacientes estavam se recuperando. Só no dia 23 o México reconheceu a epidemia.

A campanha para as eleições para a Câmara dos Deputados e o Senado, marcadas para o dia 5 de julho, começou ontem oficialmente, de maneira atípica. Estão proibidos comícios e aglomerações de gente. No caso de eventos em locais fechados, cada cadeira tem de estar a dois metros uma da outra. Todos devem usar máscaras cirúrgicas. Microfones devem ser cobertos com esponjas descartáveis, substituídas a cada orador. O uso de gravatas é proibido, por serem consideradas um reservatório de vírus. Os partidos cederam 15 minutos do tempo do horário eleitoral gratuito para mensagens do Ministério da Saúde sobre a epidemia.

Publicado em O Estadão. Copyright: Grupo Estado. Todos os direitos reservados.

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