Estatal nega já ter plano para retomar refinarias

YPFB informa que estatização das instalações da Petrobrás se dará após longo processo de diálogo

LA PAZ – A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) negou ontem notícia veiculada pela agência France Presse, de que teria sido anunciado um plano de retomada das duas refinarias da Petrobrás no país. “Vai ser um longo processo de negociações com a Petrobrás, que ainda nem começou”, disse um assessor de imprensa da YPFB. “Uma medida de tamanho impacto como essa teria de ser anunciada pelo presidente Evo Morales. Não há nada nesse sentido.”

Em seu discurso de posse, na quarta-feira, o novo presidente da YPFB, o engenheiro de petróleo Jorge Alvarado, nem mencionou o tema. O que Alvarado disse aos jornalistas, depois da posse, foi que a YPFB passará por um processo de reestruturação e capitalização, que durará cerca de dois anos, ao fim do qual ela ingressará em todas as etapas da cadeia: exploração, produção, transporte e comercialização.

Desde o governo anterior, do ex-presidente Carlos Mesa, a Bolívia tem a intenção de recuperar as duas refinarias, que respondem por 98% do refino de petróleo do país. Morales falou em “devolução”, mas negou que haveria confisco, e sim compra. Adquiridas pela Petrobrás no fim dos anos 90, por US$ 102 milhões, elas estão avaliadas hoje em US$ 150 milhões a US$ 200 milhões, mas o governo boliviano não tem esse dinheiro. A venda interessa à Petrobrás, que tem tido prejuízos com as refinarias. 


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